Parlamento dos Jovens
Na sua 29.ª edição, o Programa associa-se à celebração dos 50 anos do 25 de abril, desafiando os jovens para o debate dos valores de abril na Educação, identificando formas de reforçar os “caminhos para uma escola plural e participativa”
“Viver ABRIL na Educação: caminhos para uma escola plural e participativa” é o tema que os alunos envolvidos no projeto Parlamento dos Jovens têm debatido, com o objetivo de encontrar as melhores medidas para atingir esse objetivo. Numa escola que integra cada vez mais alunos com particularidades diferenciadoras – que anteriormente os afastavam da vida escolar -, assim como alunos oriundos de diferentes países e culturas, a abordagem deste tópico mostra-se pertinente e motivadora.
No âmbito do tratamento do tema, várias atividades foram desenvolvidas no princípio do mês de janeiro, contando com a participação de muitas individualidades convidadas. Estas atividades decorreram no espaço da escola sede e dirigiram-se à comunidade escolar, tendo abrangido todas as turmas do ensino secundário e algumas turmas do ensino básico. Na preparação dos eventos, estiveram envolvidos os alunos participantes no projeto que compõem as Listas C e P candidatas à sessão escolar.
No dia 8 de janeiro, o auditório Paulo Vasques encheu-se de alunos para ouvir o professor Alexandre Quintanilha, investigador e professor jubilado, que preside atualmente, como deputado na Assembleia da República, à Comissão de Educação e Ciência. O orador cativou o público com o relato da sua rica experiência de vida, que se desenrolou em três continentes, mostrando como é possível fazer política sendo ativista na defesa de causas, tais como: a luta pela fim do apartheid, enquanto viveu na África do Sul, onde se doutorou em Física; a defesa da igualdade de direitos raciais e de género; ou o ativismo e investigação dos problemas ambientais. Quintanilha deu a conhecer, na primeira pessoa, as limitações impostas pelo regime autoritário anterior ao 25 de abril, usando como exemplo a organização da vida familiar. Questionado pelos alunos, explicou como, depois de muitos anos dedicados à investigação na área da biofísica e ao ensino universitário, se iniciou na atividade política mais formal como deputado. Outras perguntas surgiram, estas de ordem científica, sendo ocasião para o nosso convidado sensibilizar para a crescente necessidade de os alunos desenvolverem uma capacidade e atitude crítica que lhes permita distinguir a ciência da pseudociência, numa época em que a facilidade de disponibilizar falsa informação e a velocidade de propagação da mesma é inquietante e pode ser nefasta.
Depois da comunicação, muitos alunos quiseram, num contacto mais próximo, cumprimentar e ainda colocar perguntas, a que o professor respondeu com muito agrado.